quinta-feira, 31 de julho de 2008

TEXTO-BASE PARA ´34ª ROMARIA

Tema: "MARIA, VIDA E PALAVRA DE DEUS"
Lema: "Em Maria, a Palavra se faz Vida".
INTRODUÇÃO
1. As Romarias de Nossa Senhora Conquistadora (Bagé), Nossa Senhora de Fátima (Rio Grande) e de Nossa Senhora de Guadalupe (Pelotas) a cada ano tornam-se momentos eficazes de devoção mariana e de evangelização. Para melhor preparar estes momentos tão especiais na vida de nossas Dioceses, oferecemos este Texto-Base, que nos ajudará na elaboração de subsídios.
2. Neste ano de 2008, alguns temas e acontecimentos ajudam a aprofundar nossa fé e por isso queremos também celebrar em nossas romarias:
a) Aconteceu, em maio deste ano, na cidade de Pelotas o Encontro Estadual de CEB’s que estudou e celebrou o tema “Ecologia e Missão”;
b) Ano de Paulo: A Igreja em todo mundo, a partir do convite do Papa Bento XVI, está celebrando de 28 de junho de 2008 a 29 de junho de 2009, dois mil anos do nascimento do grande Apóstolo e Missionário São Paulo. Neste contexto, o Santo Padre convocou um Sínodo sobre o anúncio da Palavra de Deus nos dias atuais.
c) A Vida: A Campanha da Fraternidade (“Escolhe, pois, a Vida”) nos ajudou muito nesta Quaresma a meditar a vida como dom de Deus e fazermos um exame de consciência sobre o nosso cuidado com a vida. Ao mesmo tempo, foi uma oportunidade para nos posicionarmos, como Igreja, na defesa da vida, frente a setores da sociedade que tratam a vida como descartável ou como objeto de pesquisa.
d) A Igreja na América Latina está acolhendo o Documento de Aparecida como um “Pentecostes”, um chamado à missão. Este apelo deve, aos poucos, impregnar todo o nosso agir pastoral, fazendo com que todas as nossas organizações eclesiais sejam transfiguradas pelo espírito missionário, o Espírito de Pentecostes.
e) O 2º Congresso Missionário Nacional, realizado dias 1 a 4 de maio, em Aparecida/SP, convoca todas a Igreja do continente para “um processo de reflexão e análise missionária que responda a esta época de mudança de “paradigma”, em torno da missão. Este congresso foi realizado em preparação ao 3º Congresso Missionário Americano (CAM 3) e ao 8º Congresso Missionário Latino-Americano (Comla 8), tendo como tema: “A Igreja em Discipulado Missionário”. E o lema: “América, com Cristo: Escuta, Aprende e Anuncia”. Portanto é um forte chamado missionário que se estende a todo o nosso continente.
I – “A PALAVRA SE FEZ CARNE”
3. O ponto de partida de nossa reflexão está no Evangelho de João: “E a palavra se fez carne e veio morar no meio de nós. Nós vimos a sua glória, glória como filho único da parte do Pai – em plenitude de graça e verdade” (1,14). Toda a Sagrada Escritura testemunha o poder da Palavra de Deus, que se manifesta na Criação, na Lei, nos Profetas, na Sabedoria... A Palavra é vida, porque é Palavra de Deus, é criadora e comunica vida. E é esta Palavra que se tornou carne, como a nossa, mortal como nós, e exatamente nesta condição mortal, dando sua vida em amor até o fim, manifestou a glória de Deus.
4. Esta mensagem da Encarnação nos revela o mistério do Filho de Deus no meio de nós. Isto nos quer dizer que “a mensagem, a palavra da parte de Deus, tornou-se carne, existência humana. Jesus é em pessoa o que Deus quer nos comunicar, desde sempre. A Palavra que é Jesus estava em prontidão junto de Deus desde sempre; aquilo que Deus sempre quis dizer, sua Palavra o veio mostrar, tornando-se vida humana no meio de nós”.[1] Acolher este dom de Deus implica no esforço da Evangelização: anúncio, testemunho, serviço e diálogo.
a) “A Palavra se faz carne” através do anúncio-testemunho dos(as) catequistas, que procuram fazer da catequese uma verdadeira iniciação à fé. A catequese deve formar discípulos missionários, seguidores do Evangelho;
b) “A Palavra se faz carne” através da proclamação da Palavra na Liturgia, tanto na Eucaristia como nos demais Sacramentos, bem como na Celebração da Palavra: Os Leitores, os Ministros, os Diáconos, os Presbíteros e os Bispos são chamados a partir para o Povo de Deus o Pão da Palavra. Isto implica um zelo cada vez maior na preparação e na proclamação da Palavra;
c) “A Palavra se faz carne”, quando grupos de famílias, ou mesmo, na comunidade os irmãos se encontram para escutar a Palavra de Deus. Através da Leitura Orante temos a graça de ler, meditar, orar e contemplar a partir de um texto bíblico. É a experiência de encontrar o Senhor na Palavra e de deixar que esta Palavra habite e transforme a nossa vida;
d) “A Palavra se faz carne” quando todos os serviços da comunidade são iluminados pela Palavra. É como nos ensina o Documento de Aparecida quando nos fala de encontrar o Cristo “nos pobres, nos aflitos e nos enfermos”. Anunciar a Palavra nos serviços que prestamos aos irmãos é reconhecer que é pela Palavra de Deus que somos criados e recriados. Ela é conforto, luz, força, é vida (II Tim 3,16-17).
5. É de suma importância também valorizarmos a preparação para o Batismo como grande momento de evangelização. Não simplesmente um curso, mas um querigma, ou seja, anúncio do núcleo central e essencial da mensagem cristã, um anúncio que visa despertar a fé que leva à conversão. Portanto, a preparação do Batismo pode ser uma oportunidade missionária, tanto nas visitas como na proclamação da Palavra.
II – “EU VIM PARA QUE TENHAM VIDA”
6. O segundo texto inspirador de nossas romarias também é do Evangelho de João: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (10,10). O contexto deste versículo é o sermão do Bom Pastor. Ele é a Porta pela qual o rebanho encontra a vida.
7. O Papa Bento XVI, em sua mensagem no lançamento da CF deste ano, assim se expressou: “O Documento final de Aparecida nos mostra que o encontro com Cristo é o ponto de partida para a negação desses caminhos de morte e ponto de partida para a escolha da vida; mas é também o ponto de onde partimos para reconhecer plenamente a sacralidade da vida e a dignidade da pessoa humana (n. 356). Ao dar início à Campanha da Fraternidade deste ano, renovo a esperança de que as diversas instâncias da sociedade civil queiram solidarizar-se com a vontade popular que, na sua maioria, rejeita todas as formas contrárias às exigências éticas de justiça e de respeito pela vida humana desde seu início até o seu fim natural”.
8. Desta forma, nossas romarias se tornam oportunidade de celebrarmos a grande reflexão feita na Campanha da Fraternidade, mas principalmente os compromissos que nossas comunidades assumem na valorização e no cuidado com a vida, da sua concepção ao seu fim natural. Junto com Nossa Senhora queremos apresentar a Pastoral da Criança e da Mãe Gestante, a Pastoral da Saúde, o Visitação aos enfermos, a Pastoral da Pessoa Idosa e todos os batizados(as) que na sua profissão devem testemunhar sua fé, defendendo o valor da vida. Trazemos presente o Ano Catequético Nacional (2007 a 209) que tem como eixo o Discipulado e por tema:”Catequese, caminho para o discipulado”.
III – NOSSA MISSÃO
9. Neste ano de 2008 nossas romarias nos chamam a atenção para a escuta da Palavra e o testemunho em favor da vida. No fundo é a concretização do modelo do cristão segundo o Documento de Aparecida que deve ser discípulo missionário. O batizado que é discípulo de Cristo deve se formar na escola da Palavra; o batizado que é apóstolo de Cristo deve também testemunhar a sua fé na sociedade, na família, na comunidade. É Jesus que nos mostra este caminho que chamou os Apóstolos “para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a Boa-Nova”(Mc 3,14);
10. A comunidade deve ser uma escola do despertar vocacional. Experiência da escuta da voz de Deus e do discernimento da missão de cada um. A maturidade da fé depende da acolhida da vontade de Deus sobre cada um e da livre escolha de um projeto de vida que realize esta vontade. Sobre todos os batizados está lançado este apelo do Apóstolo Paulo: “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16);
11. Este apelo missionário não está dirigido somente a cada batizado, mas é também um apelo à comunidade eclesial. O documento de Aparecida nos aponta para uma conversão missionária: “Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja. Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” ( nº 365);
12. Portanto, na preparação de cada romaria deixemos ecoar o sopro do Espírito de Deus que renova a vida de cristãos e a vida de cada comunidade. A romaria começa na comunidade, tendo presente o mês da Bíblia em setembro, e o mês do Rosário e das Missões em outubro. O Rosário Missionário e as Peregrinações de Nossa Senhora devem ser a expressão de uma Igreja viva, que com espírito de fé, anuncia o Evangelho, dá testemunho de oração e revela a misericórdia de Deus para com todos, principalmente os pobres e enfermos.
13. Maria, de Nazaré a Jerusalém, respondendo ao chamado de Deus, acompanhou os passos de Jesus, como Mãe e Discípula: “Sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração”(Lc 2,51b). Assunta aos céus, acompanha a Igreja e cada batizado, na fidelidade ao seu Filho e com sua materna intercessão. A certeza da presença constante de Maria na vida da Igreja é força para vivermos em comunhão e para testemunharmos a alegria de sermos cristãos.
Que Maria, nossa Boa Mãe, invocada sob os títulos de Nossa Senhora Conquistadora, de Fátima e de Guadalupe, nos ajude nesta jornada.
DATAS DAS ROMARIAS:
28 de setembro – 34ª. Romaria diocesana de N.Sra. Conquistadora, em Bagé/RS;
12 de outubro – 34ª. Romaria diocesana de N.Sra. de Fátima, em Rio Grande/RS
E 19 de outubro – 23ª. Romaria Diocesana de N. Senhora de Guadalupe, na Cascata/Pelotas.

Nenhum comentário: